PERFIL DE REAÇÕES ADVERSAS ASSOCIADAS AO USO DE MEDICAMENTOS QUE ATUAM NO SISTEMA CARDIOVASCULAR: UMA SÉRIE DE RELATO DE CASOS

Autores

  • VICTORIA VALENTINA DE MORAIS DIAZ
  • RAND RANDALL MARTINS
  • RICARDO BRANDÃO
  • FRANCISCA SUELI MONTE MOREIRA
  • CYNTHIA HATSUE KITAYAMA CABRAL
  • SABRINA LIMA NOGUEIRA
  • GIULIA MYRTES ALVES DA SILVA
  • MARIAH CLARA FERREIRA COUTINHO SILVA
  • ISABELA MARQUES DE LIMA
  • ADELLE ALVES
  • IGOR MARLEY PEREIRA DE ANDRADE
  • MARIA CLARA DA SILVA CALÁBRIA
  • ANTÔNIO MANUEL GOUVEIA DE OLIVEIRA

DOI:

https://doi.org/10.31692/2764-3433.v3i2.132

Palavras-chave:

segurança do paciente, sistema cardiovascular

Resumo

Doenças cardiovasculares, em especial a hipertensão arterial sistêmica (HAS), são as comorbidades que mais afetam a população mundial. Como consequência, o uso de medicamentos anti-hipertensivos tem aumentado significativamente nos últimos anos. O uso dessa classe terapêutica pode estar relacionado à Reações Adversas a Medicamentos (RAM) que variam de distúrbios eletrolíticos à hipotensão ortostática, causa de queda recorrente em idosos. Identificar a ocorrência de uma RAM é importante para otimizar a terapia e garantir sua eficiência e a segurança do paciente. Objetivos: Traçar um perfil das RAM envolvendo medicamentos que atuam no sistema cardiovascular a partir de um banco de dados de busca ativa de RAM nas diversas enfermarias clínicas do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco. Metodologia: Estudo observacional, prospectivo e em coorte aberta, envolvendo o acompanhamento clínico de pacientes adultos hospitalizados, selecionados randomicamente. Cada participante foi acompanhado por três dias consecutivos, sendo recursos utilizados a lista de rastreadores (trigger tools) do Institute of Healthcare Improvement (IHI), registros de prontuários, exames laboratoriais e prescrições médicas, além da visita diária beira-leito e discussão com a equipe assistencial. As RAM foram classificadas quanto à causalidade conforme o algoritmo de Naranjo e col. (1981). Todos os pacientes aceitaram participar com assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE 67969123.2.2002.8807). Resultados: No período entre novembro/2023 e junho/2024 foram acompanhados 74 pacientes, sendo registradas 19 suspeitas de RAM envolvendo 15 pacientes (20,3%), a maioria do sexo feminino (68%). Do total, 5 (26,3%) RAM foram relacionadas a medicamentos que atuam no sistema cardiovascular (classificação Anatomical Therapeutic Chemical), envolvendo 5 pacientes com idade de 60,4 ± 12,7 anos, sendo 3 (60%) do sexo feminino.  Dessas 5 RAM, a maioria (3; 60%) envolveu a losartana, que atua sobre o sistema renina-angiotensina. Os outros casos envolveram o atenolol (1; 20%), agente betabloqueador, e a furosemida (1; 20%), diurético de alça. As clínicas envolvidas foram neurologia (2), reumatologia (1), nefrologia (1) e urologia (1). Todos os casos envolvendo a losartana ocorreram em pacientes do sexo feminino. Dois desses acometeram pacientes com Lúpus Eritematosos Sistêmico (LES) e uma com sequelas de Acidente Vascular Cerebral (AVC), sendo relatados episódios de hipotensão, tontura e hipercalemia. Quanto à causalidade, a hipotensão foi considerada provável, a tontura duvidosa e a hipercalemia definida. A notificação de RAM relacionada ao atenolol envolveu um paciente do sexo masculino de 64 anos, com neoplasia de próstata, que apresentou bradicardia, cuja causalidade foi provável. A RAM envolvendo furosemida ocorreu em um paciente também do sexo masculino, 57 anos, com diagnóstico de AVC, que desenvolveu desidratação sem edema, de causalidade possível. Conclusões: A variabilidade dos casos relatados demonstra a essencialidade da busca ativa de RAM no monitoramento dos pacientes hospitalizados. Essa metodologia de investigação proporciona a análise crítica do prontuário, sendo prática fundamental para alcançar os parâmetros desejados para a segurança do paciente.

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Publicado

30-10-2024

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