PERFIL DE MEDICAMENTOS POTENCIALMENTE HEPATOTÓXICOS EM PACIENTES COM DOENÇA HEPÁTICA ALCOÓLICA

Autores

  • LÊNORA DE FÁTIMA MEDEIROS DA CUNHA
  • DULCINÁRIA TAMYRES ALVES MARTINS
  • RAFAEL DE OLIVEIRA LIMA ALMEIDA
  • ANNA HELENA MORALES CARAMEL
  • ANA BEATRIZ
  • NARA RUTH FREITAS E PAIVA
  • ANTÔNIO MANUEL GOUVEIA DE OLIVEIRA
  • RAND RANDALL MARTINS

DOI:

https://doi.org/10.31692/2764-3433.v3i2.134

Palavras-chave:

fígado, medicamentos hepatotóxicos, hepatite alcoólica e problema relacionado a medicamento (PRM)

Resumo

A hepatotoxicidade é uma preocupação crucial no tratamento de pacientes com doença hepática alcoólica. Este estudo investiga o perfil de medicamentos potencialmente hepatotóxicos, essenciais para a gestão clínica. Compreender esses riscos é fundamental para otimizar terapias e minimizar complicações em uma população já vulnerável.  Objetivos: Caracterizar o uso de medicamentos hepatotóxicos em pacientes hospitalizados admitidos com doença hepática alcoólica. Metodologia: Estudo multicêntrico, envolvendo pacientes com doenças hepáticas crônicas moderada a severa, com dados coletados em três hospitais do Rio Grande do Norte, entre os meses de setembro de 2023 a junho de 2024. Foram elegíveis para os pacientes internados que atenderam aos critérios de inclusão: maior de 18 anos, Score de Child Pugh B ou C e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Entretanto, para ser incluído, não podia ter nenhum dos critérios de exclusão: internação por reação adversa, ter tido alta hospitalar há menos de 1 mês, internação para procedimento diagnóstico ou terapêutico, paciente que foi transferido de outro hospital ou departamento, que foi anteriormente incluído no estudo, com diagnóstico de fígado metastático, com hepatite (viral, alcoólica, autoimune, tóxica ou gestacional) e aqueles que tenham realizado transplante hepático. Foram coletados dados sociodemográficos e clínicos, verificaram-se as prescrições através do prontuário eletrônico e elencou-se os possíveis medicamentos hepatotóxicos. Os dados apresentados estão em média, desvio padrão, frequência absoluta e relativa e porcentagem. Resultados: 19 pacientes foram avaliados com predominância do sexo masculino (17, 89,47%) e média de idade de 57 +/- 15 anos. Na admissão, 13 pacientes apresentaram o Child-Pugh B (68,42%), AST (90,86 média / +ou - 79,32 UI / L desvio padrão.), ALT (57,64 média / + ou - 51,22 UI/L desvio padrão) e bilirrubina total (8,07 média / +ou- 9,19g/dL desvio padrão). Os medicamentos com potencial hepatotóxico mais prescritos foram inibidores da bomba de prótons (15 pacientes – 78,94%), seguido da furosemida (9 pacientes – 47,37%). No contexto de pacientes com lesões hepáticas a utilização do diurético poupador de potássio pode causar hipocalemia e precipitar ao coma. A furosemida é usada no tratamento de ascite e edema em pacientes hepatopatas, visto que essas condições são comuns em pacientes no perfil cirrótico por causa do consumo excessivo de álcool. No entanto, ela também pode prejudicar significativamente a função renal com o aumento da creatinina, especialmente em pacientes com cirrose hepática. Por conseguinte, o medicamento pantoprazol e o omeprazol são classificados como PRM (Problemas Relacionados a Medicamentos), pois de acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde) são preconizados como inadequados para o tratamento em hepatopatas. Conclusões: O uso de medicamentos com potencial hepatotóxico é frequente entre pacientes com quadro de hepatite alcoólica. A furosemida, pantoprazol e omeprazol são contra indicados e podem induzir a piora do quadro clínico do paciente. Logo, nota-se a importância no ambiente hospitalar em se atentar aos riscos que esses fármacos podem causar. Dessa forma, garantimos um monitoramento farmacoterapêutico e maior atenção a este público-alvo de estudo, a fim de minimizar desfechos clínicos desfavoráveis e preservar a função hepática.

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Publicado

09-11-2024

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