SIMULAÇÃO CLÍNICA COMO FERRAMENTA DE ENSINO NA FARMÁCIA CLÍNICA: UMA EXPERIÊNCIA NO PROCESSO DE ANAMNESE E CONCILIAÇÃO MEDICAMENTOSA
DOI:
https://doi.org/10.31692/2764-3433.v3i2.166Palavras-chave:
aprendizagem, erros de medicação, reconciliação de medicamentos, serviço de farmácia clínica, treinamento por simulaçãoResumo
A conciliação medicamentosa (CM) é entendida como uma estratégia multidisciplinar e prática promissora na redução de erros de medicação. Consiste na comparação das prescrições de medicamentos de um paciente com uma lista completa e precisa de medicamentos de uso prévio do mesmo, objetivando minimizar discrepâncias da prescrição e reduzir riscos nos momentos de transição do cuidado. Neste cenário, a literatura demonstra que o envolvimento dos farmacêuticos, especialistas do medicamento, resulta em maior eficácia na identificação e resolução dessas discrepâncias, em relação aos históricos obtidos por outros profissionais. O Programa de Residência Multiprofissional Integrado em Saúde (PRIMIS) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) recebe anualmente residentes farmacêuticos das áreas de concentração de atenção à saúde da mulher, renal e da pessoa idosa, e a CM é competência comum e prática já vivenciada no primeiro ano de formação. Assim, é fundamental desenvolver estratégias de ensino dinâmicas que possam auxiliar a célere evolução destes profissionais. O objetivo foi promover uma experiência imersiva de ensino-aprendizagem aos residentes do primeiro ano de farmácia do PRIMIS, baseada em uma simulação clínica com paciente padronizado na atividade de anamnese farmacêutica e CM no ambiente hospitalar. Uma semana antes da simulação, os residentes do primeiro ano receberam um material bibliográfico científico relacionado ao tema da aula para compreensão do conteúdo. Os preceptores farmacêuticos foram os responsáveis por montar o roteiro de simulação e, junto com os residentes veteranos do PRIMIS, trabalharam na preparação do cenário clínico simulado no laboratório de simulação clínica do Hospital das Clínicas/UFPE. Para montagem do cenário, foram utilizados: maca, avental, suporte para soro, equipo macrogotas, cadeira para o acompanhante, prescrição médica hospitalar e ambulatorial, bolsa com os medicamentos de uso domiciliar, prancheta, caneta, formulário institucional e procedimento operacional de anamnese e conciliação medicamentosa. A equipe organizadora também participou como atores nos papeis da paciente, do acompanhante, do médico e do técnico de enfermagem, além do preceptor facilitador que conduziu o briefing, apresentando o ambiente da cena e as informações clínicas relevantes antes de iniciar a encenação, e o debriefing, uma análise reflexiva pós-simulação, com todos os participantes. O caso fictício consistiu numa paciente de 65 anos, proveniente de Chã de Alegria - PE, alérgica à dipirona e admitida na Nefrologia para tratamento de infecção do trato urinário com hemocultura positiva para Klebsiella pneumoniae. Os objetivos de aprendizagem foram a construção do histórico medicamentoso da paciente, a comparação e identificação das discrepâncias da prescrição hospitalar, e a identificação da dipirona prescrita indevidamente. A simulação proporcionou uma experiência significativa no processo de CM, oferecendo aos farmacêuticos residentes a oportunidade de aprender a identificar discrepâncias medicamentosas e tomar decisões num ambiente seguro de prática, onde erros são permitidos e contribuem para o crescimento profissional. A fidelidade do cenário simulado permitiu uma maior aproximação da realidade e facilitou a resolução de problemas peculiares da rotina assistencial. Assim, a metodologia de simulação contribuiu de forma significativa para o aprimoramento da comunicação, liderança, trabalho em equipe e relação com o paciente, emergindo como uma abordagem de ensino eficaz e inovadora.
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