OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE DIANTE DA IMPLANTAÇÃO DO TENSOR TIP VSM BIOSSINAIS NA TRIAGEM CLÍNICA NA FUNDAÇÃO HEMOPE
DOI:
https://doi.org/10.31692/2764-3433.v3i2.152Palavras-chave:
educação permanente em saúde, indicadores de qualidade, hemocentroResumo
A educação permanente em saúde (EPS) constitui-se numa estratégia de ensino e aprendizagem no ambiente de trabalho. O enfermeiro tem papel essencial nessa área. Acompanhando as inovações tecnológicas na saúde, em 2022, foi implantado um dispositivo não invasivo “biossinais” voltado à análise dos parâmetros clínicos na triagem clínica. Objetivo: descrever o papel da EPS nas fases de processo de implantação e avaliação do “biossinais” no período de 24 meses. Metodologia: Trata-se de um estudo retrospectivo e descritivo, demonstrando a participação dos enfermeiros da EPS nas etapas de implantação do “biossinais” -planejamento, validação, instalação e treinamento da equipe. Para avaliação dos indicadores de qualidade (IQ)- Taxa de Inaptidão Clínica (TIC) e Taxa de Reação Adversa à Doação (TRAD)- no período de junho de 2022 a maio de 2024, foi calculada a média aritmética. Resultado e discussão: Na fase de planejamento foram realizadas reuniões entre a diretoria, supervisores, enfermeiros da EPS e a empresa responsável, visando a apresentação do equipamento, capacitação da equipe e a análise do impacto na assistência. Em abril de 2022 realizou-se a validação do aparelho. Foram selecionados aleatoriamente 300 candidatos à doação de sangue, sendo submetidos à aferição dos dados de hematócrito/hemoglobina (Ht/Hb), pressão arterial e pulso com análise comparativa entre “biossinais” versus tensiômetro digital e aparelho de aferição invasivo, além de coleta de amostra de sangue venoso para análise no laboratório da instituição. Após a análise, o aparelho foi validado e iniciou-se o treinamento da equipe de triagem clínica. Em maio de 2022 ocorreu a transição entre as duas metodologias e a equipe de EPS proporcionou treinamentos teórico-práticos com avaliação da equipe de triagistas (médicos e enfermeiros) e atualização dos protocolos operacionais (POP). A reavaliação de eficácia do treinamento ocorreu após 40 dias. No mês seguinte houve a extinção da pré-triagem e eliminação da metodologia invasiva na etapa do ciclo do sangue. Ficando a EPS responsável pelos treinamentos e atualizações anuais dos POP. Na análise dos IQ, a TIC média nos 24 meses analisados ficou em 18,9%, abaixo da TIC nacional (TIC=20,67%), isso levou a redução da meta de TIC, ficando estabelecida em 18,5%. Ocorreram mudanças significativas quanto aos motivos de inaptidão mais prevalentes, após a implantação do “biossinais”. Antes, a Hb baixa e PA anormal eram os motivos que mais invalidavam a doação. Na nova metodologia, as condições clínicas que mais tornaram inapto foram a Hb baixa e causas comportamentais, corroborando com outros estudos nacionais que abordam o tema de TIC. O indicador de TRAD permaneceu estável. Outros ganhos marginais observados, mas não mensurados: redução de despesas com insumos, menor produção de resíduo infectante, redimensionamento dos profissionais, auditoria externa e maior satisfação dos doadores. Conclusão: Os enfermeiros da EPS estiveram presentes em todas as etapas do processo. Na implantação do “biossinais” houve participação de vários atores, representando os mais diversos setores do hemocentro a fim de garantir a qualidade e a segurança em toda cadeia do ciclo do sangue. Houve a padronização de POP com treinamentos periódicos e avaliação sistemática tendo os IQ como referência.
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