PERFIL DE REAÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS EM DOIS HOSPITAIS PÚBLICOS DE GRANDE PORTE EM UMA CAPITAL DO NORDESTE DO BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.31692/2764-3433.v3i2.125Palavras-chave:
farmacovigilância, segurança do pacienteResumo
As reações adversas a medicamentos (RAM) são efeitos indesejados que ocorrem quando os medicamentos são administrados dentro da faixa terapêutica recomendada. Elas representam um risco significativo para a saúde dos pacientes, podendo levar a um aumento dos custos hospitalares, prolongamento das hospitalizações e, em casos mais graves, até a morte. Dada a gravidade e a frequência das RAM, a farmacovigilância é uma atividade essencial. Seu objetivo é identificar, compreender, prevenir e notificar essas reações adversas, contribuindo assim para a segurança do paciente e a promoção da saúde pública. Objetivos: Identificar a frequência e o perfil de RAM envolvendo pacientes internados em dois hospitais públicos de grande porte, localizados na cidade de Natal/Rio Grande do Norte, classificando-as quanto à causalidade. Metodologia: Estudo observacional, prospectivo e em coorte aberta, envolvendo o acompanhamento clínico de pacientes adultos hospitalizados, selecionados randomicamente. O acompanhamento farmacoterapêutico de cada paciente incluído é realizado por 3 dias consecutivos, sendo o D0 destinado à randomização dos pacientes, estudo do caso e verificação de adequação aos critérios de inclusão e exclusão do estudo e convite para participação mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Nos dias subsequentes é realizada a busca ativa de reações adversas. Para isso, são utilizados como recursos a lista de rastreadores (trigger tools) desenvolvida pelo Institute of Healthcare Improvement (IHI), leitura de prontuários, análise de exames laboratoriais e prescrições médicas, além da visita diária ao paciente e diálogo com a equipe assistencial. Os registros do estudo seguem formulários padrão e a determinação da causalidade das RAM ocorre de acordo com algoritmo de Naranjo e colaboradores (1981). O estudo tem aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE 67969123.2.1001.5292). Resultados: A partir de um panorama geral, é possível identificar que dentre os 267 pacientes incluídos durante o período de junho de 2023 a junho de 2024, a média da idade dos pacientes é 53,8 ± 18,1 anos, sendo 41,6% dos pacientes pertencentes ao sexo feminino. Do total de pacientes acompanhados até o momento, 64 (23,9%) apresentaram ao menos 1 suspeita de RAM. Dentre as RAM notificadas, a maior parte envolve medicamentos que atuam sobre o Sistema Nervoso Central (SNC), com frequência de 47,8%, seguidos dos que atuam sobre o sistema cardiovascular (21,8%) e dos anti-infecciosos de uso sistêmico (17,4%). Os tipos de RAM mais frequentemente notificados foram constipação (20,3%), hipotensão (10,1%), diarreia (7,2%), náusea (5,8%) e sonolência (5,8%). Quanto à causalidade, 49,3% das RAM foram do tipo provável, seguidas por 37,7% possíveis, 11,6% definidas e 1,4% duvidosas. Conclusões: Baseando-se nos dados apresentados, evidencia-se que a frequência de RAM no estudo está compatível com dados de literaturas, sendo a busca ativa um recurso essencial para a segurança dos pacientes assistidos e um potencial auxílio em tomadas de decisão clínica.
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