AVALIAÇÃO DA CAUSALIDADE DE REAÇÕES ADVERSAS À MEDICAMENTOS QUE ATUAM NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL EM PACIENTES HOSPITALIZADOS
DOI:
https://doi.org/10.31692/2764-3433.v3i2.130Palavras-chave:
farmacovigilância, sistema nervoso centralResumo
As Reações Adversas a Medicamentos (RAM) caracterizam-se por efeitos nocivos e não intencionais, ocasionados por fármacos quando empregados nas doses adequadas para profilaxia, diagnóstico, tratamento de doença ou modificação de uma função fisiológica. Os medicamentos que agem no Sistema Nervoso Central (SNC) compõem uma grande parcela das notificações de reações adversas e, dependendo da sua gravidade, podem prolongar o tempo de internação do paciente ou, até mesmo, serem fatais. Objetivos: Identificar a frequência de RAM envolvendo medicamentos que atuam no SNC mediante o acompanhamento farmacoterapêutico de pacientes internados em dois hospitais públicos de grande porte, localizados em Natal/Rio Grande do Norte, classificando-as quanto à causalidade. Metodologia: Trata-se de um estudo observacional, prospectivo e de coorte aberta, que envolveu o acompanhamento clínico de pacientes adultos hospitalizados, selecionados aleatoriamente. O acompanhamento farmacoterapêutico de cada paciente incluído é realizado por 3 dias consecutivos utilizando como recursos a lista de rastreadores (trigger tools) desenvolvida pelo Institute of Healthcare Improvement (IHI), leitura de prontuários, análise de exames laboratoriais e prescrições médicas, além da visita diária ao paciente e diálogo com a equipe assistencial. Os registros do estudo seguem formulários padrão e a determinação da causalidade das RAM ocorre de acordo com algoritmo de Naranjo e colaboradores (1981). O estudo tem aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE 67969123.2.1001.5292) e a participação de todos os pacientes ocorreu somente após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Resultados: No período de junho de 2023 e junho de 2024 foram acompanhados 267 pacientes de ambos os sexos e média de idade de 53,8 ± 18,1 anos, sendo identificadas 69 suspeitas de RAM envolvendo 64 pacientes (23,9%). Do total de suspeitas de RAM, 33 (47,8%) envolveram agentes farmacológicos com atuação sobre o SNC, sendo os mais frequentes tramadol (13; 39,4%), morfina (5; 15,3%) e o clonazepam (3; 9,1%). As RAM mais notificadas que envolveram os fármacos que atuam sobre o SNC foram constipação (11; 33,3%), sonolência (4; 12,1%), hipotensão (3; 9,1%) e náusea (3; 9,1%). Quanto à causalidade, 15 reações adversas (45,4%) foram classificadas como prováveis, 11 (33,4%) como possíveis e 7 (21,2%) como definidas. Conclusões: A maior frequência de reações envolvendo analgésicos opioides está compatível com o uso frequente dessa classe de medicamentos para o controle álgico intenso nas instituições participantes, referências em procedimentos cirúrgicos no estado, sendo um deles também habilitado para a assistência a pacientes oncológicos. A busca ativa por RAM mostra-se como uma ferramenta eficaz para promoção da segurança do paciente no ambiente hospitalar.
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