O IMPACTO DA DERMATITE ATÓPICA NA QUALIDADE DE VIDA: EXPERIÊNCIA DURANTE PROJETO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA

Abstract

A dermatite atópica (DA) é uma doença inflamatória crônica que tem como principais características as lesões cutâneas e o prurido, podendo se apresentar de forma leve, moderada ou grave. Na doença leve, o acometimento cutâneo pode interferir de maneira menos significativa nas atividades diárias do paciente, possivelmente causando menor impacto na qualidade de vida (QV). Por outro lado, nos casos mais graves, a QV dos pacientes pode ser fortemente impactada, com limitações importantes na vida dos acometidos. Objetivos: O objetivo deste trabalho é mensurar o impacto na QV de pacientes com DA leve e moderada a grave durante a experiência extensionista Cuidados Integrais na Dermatite Atópica (CUIDAR) de fevereiro a junho de 2024 e relatar. Relato da experiência: As práticas do projeto CUIDAR ocorrem no ambulatório de alergia e imunologia do HC-UFPE, nos quais os extensionistas tiram dúvidas dos pacientes, buscam orientar e informar sobre a importância de um estilo de vida saudável na promoção da saúde e aplicam questionários de qualidade de vida para entender o impacto da doença. Para avaliação da QV, foram utilizados instrumentos validados (Índice De Qualidade de Vida da Dermatite Infantil para menores de 5 anos; Qualidade de Vida em Dermatologia para pacientes entre 5 e 16 anos; e o Índice de qualidade de vida em dermatologia para maiores de 16 anos) e foi considerado impacto pequeno se até 6 pontos e impacto moderado a grave se acima de 7 pontos). A DA foi classificada como leve se SCORing Atopic Dermatitis (SCORAD) até 24 pontos; e moderada a grave se > 25 pontos. Foram avaliados 51 pacientes com DA, entre 12 meses e 44 anos de idade (mediana: 9 anos e 6 meses), com 31 (60,7%) do sexo masculino. Apresentavam DA leve 25 (49%) e a mediana de QV foi 1 (variando de 0 a 19 pontos); enquanto 26 (51%) DA moderada a grave com mediana de QV de 16 (variando de 2 a 30 pontos). Reflexão sobre a experiência: É possível observar que os pacientes com manifestações mais graves da dermatite atópica, em comparação com os pacientes com sintomas mais leves, apresentam maior prejuízo físico e mental. Isso porque as lesões, o ressecamento, a coceira, o rubor e as outras manifestações, caso não tratadas, além de reduzirem a autoestima, podem limitar as atividades do paciente e consequentemente diminuir a QV. Ao conhecer o impacto negativo da DA na vida dos pacientes, é fundamental reconhecer a necessidade de utilizar estratégias para aliviar os sintomas dos pacientes. Com o projeto extensionista, buscamos estimular atividades relaxantes para reduzir o desconforto, como a meditação, e reforçar medidas não farmacológicas individualizadas, como uma alimentação saudável e equilibrada, rotinas de sono e atividades físicas regulares, na abordagem da DA.

Conclusões: A gravidade da DA impacta na QV dos acometidos sendo fundamental um tratamento adequado e integral. Nesta perspectiva, o estímulo a hábitos saudáveis diante da abordagem extensionista pode facilitar o controle da doença, promover saúde e mitigar o impacto negativo da DA na QV relacionada à saúde.