DESFECHOS RELACIONADOS À OCORRÊNCIA DE REAÇÕES ADVERSAS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

Autores

  • MARIA CLARA DA SILVA CALÁBRIA
  • RAND RANDALL MARTINS
  • RICARDO BRANDÃO
  • FRANCISCA SUELI MONTE MOREIRA
  • CYNTHIA HATSUE KITAYAMA CABRAL
  • SABRINA LIMA NOGUEIRA
  • GIULIA MYRTES ALVES DA SILVA
  • MARIAH CLARA FERREIRA COUTINHO SILVA
  • ISABELA MARQUES DE LIMA
  • ADELLE ALVES
  • IGOR MARLEY PEREIRA DE ANDRADE
  • VICTORIA VALENTINA DE MORAIS DIAZ
  • ANTÔNIO MANUEL GOUVEIA DE OLIVEIRA

DOI:

https://doi.org/10.31692/2764-3433.v3i2.131

Palavras-chave:

farmacovigilância, segurança do paciente

Resumo

No contexto hospitalar, um dos objetivos da farmacoterapia é o uso seguro e racional de medicamentos. Dentre os desafios que envolvem essa prática, a busca ativa de Reações Adversas a Medicamentos (RAM) surge como uma atividade fundamental da farmacovigilância. Em hospitais universitários, onde se concentra uma alta complexidade de casos e um perfil diversificado de pacientes, a identificação e o gerenciamento das RAM são fundamentais para assegurar a segurança e a qualidade do cuidado em saúde prestado. OBJETIVOS: Realizar a busca ativa de RAM mediante o acompanhamento farmacoterapêutico de pacientes internados nas diversas enfermarias clínicas do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco e classificar essas reações quanto à causalidade e gravidade. Metodologia: Estudo observacional, prospectivo e em coorte aberta, envolvendo o acompanhamento clínico de pacientes adultos hospitalizados, selecionados randomicamente. Cada paciente participante foi acompanhado por três dias consecutivos, sendo ferramentas para a realização da busca ativa de RAM a lista de rastreadores (trigger tools) do Institute of Healthcare Improvement (IHI), registros de prontuários, exames laboratoriais e prescrições médicas, além da visita diária beira-leito e discussão com a equipe assistencial. As RAM notificadas foram classificadas quanto à causalidade conforme o algoritmo de Naranjo e col. (1981) e gravidade conforme a escala de Hartwig et al. (1992). Todos os pacientes aceitaram a participação mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). O estudo tem aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE 67969123.2.2002.8807).  Resultados: Entre novembro/2023 a junho/2024 foram acompanhados 74 pacientes, sendo registradas 19 suspeitas de RAM envolvendo 15 pacientes (20,3%), a maioria do sexo feminino (68%). A média de idade dos participantes foi de 63 ± 16,4 anos. A especialidade mais representada foi a de cirurgia com 5 notificações (26,3%), seguida pela neurologia e clínica médica, com 3 (15%) notificações cada, e reumatologia com 2 notificações (10,5%). De acordo com a classificação Anatomical Therapeutic Chemical (ATC), o grupo de medicamentos mais envolvido nas RAM foi o que atua no sistema cardiovascular (5; 26,3%), sendo a losartana o representante maior, seguido pelo grupo que atua no sistema digestório e metabolismo (4; 21%). Quanto à causalidade, 52,6% (10) das RAM foram consideradas prováveis, 21,1% (4) possíveis, 15,8% (3) duvidosas e 10,5% (2) definidas. A classificação quanto à gravidade revelou que 68,4% (13) das RAM foram leves e 31,6% (6) moderadas. A RAM mais manifesta foi a náusea (15,8%), seguida da hipotensão (10,5%). Conclusões:  A frequência de RAM notificadas ressalta a importância de ações contínuas voltadas ao uso seguro e racional de medicamentos. Embora a maioria das RAM tenha sido classificada como de gravidade leve, esse tipo de estudo demonstra a importância da busca ativa com análise crítica do prontuário, sendo uma prática essencial de farmacovigilância para a segurança do paciente. Os resultados encontrados evidenciam a importância do acompanhamento farmacoterapêutico e da contínua exploração de metodologias inovadoras como instrumento estratégico para tomada de decisões.

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Publicado

30-10-2024

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