PREVENÇÃO DE INFECÇÕES: EXPERIÊNCIA INTERATIVA PARA ATINGIR NÍVEIS COMPLEXOS DE APRENDIZAGEM COGNITIVA DA TAXONOMIA DE BLOOM
DOI:
https://doi.org/10.31692/2764-3433.v3i2.149Palavras-chave:
aprendizagem cognitiva, taxonomia de bloom, prevenção de infecçõesResumo
A taxonomia de Bloom é utilizada para estabelecer objetivos de três tipos de aprendizagem: afetiva, psicomotora e cognitiva. A cognitiva é dividida em seis níveis de complexidade crescente: lembrar, entender, aplicar, analisar, avaliar e criar. Embora os níveis mais baixos permitam aos profissionais compreenderem e aplicarem conhecimento, eles não estarão preparados para analisá-lo ou criticá-lo se não atingirem níveis mais complexos de competência e habilidades. Se a atividade educativa visa níveis cognitivos mais avançados haverá maior probabilidade de implementar mudanças na prática. Objetivos: Realizar com a equipe multiprofissional da UTI Adulto do Hospital das Clínicas UFPE ação educacional com meta de aprendizado cognitivo complexo para estimular a melhoria na adesão aos bundles de prevenção de infecções relacionadas ao uso de dispositivos invasivos. Relato: Havia três estações. Primeira: cortina sensorial composta de dispositivos, tiras de plástico bolha e transparente colocada no corredor junto à copa da UTI. O participante passava pela cortina com alguma dificuldade e querendo se desvencilhar daquele incômodo material pendurado. Após ultrapassar a cortina havia reflexão escrita na parede lida por uma das instrutoras, em voz alta, enfatizando a importância de usar os dispositivos e por outro lado a relevância de usá-los o menor tempo possível para evitar infecções. É mesmo necessário usar esse dispositivo? Segunda: em frente a uma “janela” com cortina fechada a instrutora explicava ao participante: constatamos várias vezes que antes de tocar no paciente e superfícies próximas aos pacientes esquecemos de lavar as mãos, cuja eficácia na prevenção de infecções é incontestável. Só lembramos de lavar após! Quem poderia nos ajudar a resolver esse problema? Ao abrir a cortina o profissional via seu rosto no espelho. Terceira: participantes eram convidados a completar nossa grande “árvore dos porquês” colando sua folhinha, onde escrevia qual dos itens dos bundles era o mais difícil de executar e principalmente por quê! Havia cartazes com os itens dos três bundles de prevenção para o profissional rever cada item e escolher qual deles seria para ele o mais difícil de executar. A instrutora incentivava: vamos conhecer nossas maiores dificuldades para melhorarmos nossos processos de trabalho! Reflexão: Os profissionais não só lembraram dos bundles, mas também entenderam que a adesão a eles podia salvar vidas e puderam analisar e avaliar quais dificuldades encontraram para executar os itens. Foram capazes de criar possibilidades de soluções ao registrar o porquê das dificuldades. Importante a ação ser em no máximo 10min, caminhando rapidamente de uma estação a outra. Haver objetos contemplados e tocados, juntamente com o fator surpresa, em alguns momentos da atividade, fizeram as pessoas se concentrarem na ação. E por fim, perguntarmos as dificuldades para dar um retorno à equipe, tornou a ação não apenas lúdica, mas também útil. Houve a visitação de 85 pessoas e o retorno sobre os problemas foi apresentado. Conclusão: Fazer a equipe lembrar, entender, analisar, avaliar e criar a respeito do tema pode ter levado a mudança na prática assistencial dos profissionais já que se observou melhoria da adesão e menos infecções nos meses seguintes.
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