EXPERIÊNCIAS EXITOSAS NA APLICAÇÃO DE PEÇAS SIMULADORAS CONSTRUÍDAS COM MATERIAIS DE BAIXO CUSTO EM CENÁRIOS DE SIMULAÇÃO CLÍNICA

Resumo

A simulação é uma estratégia educacional que proporciona oportunidade de desenvolver habilidades em ambiente seguro. Um dos principais desafios para ampliação da simulação em hospitais universitários é aquisição de simuladores que dificultam a diversidade de peças para práticas. Objetivos: Aplicar peças simuladoras construídas com material de baixo custo para cateterismo vesical. Relato da prática inovadora: Trata-se da construção/aplicação de peças simuladoras em dois cenários de simulação envolvendo doze Residentes de Enfermagem(R1) na abordagem de competências para cateterismo vesical. Foi feita aleatorização para dividi-los em 4 subgrupos. Os cenários foram distribuídos de forma que os subgrupos A e B ficaram com a simulação para cateterismo feminino e subgrupos C e D com cateterismo masculino. O cenário feminino consistia em paciente puérpera, 32 anos, 1º dia de pós-operatório, após cirurgia cesariana. Na história clínica, um cateter vesical de demora havia sido instalado e removido 5 horas antes do momento do cenário. A paciente havia aumentado ingesta hídrica e realizado banho para promover micção, sem sucesso. Reclamava de desconforto e dor em baixo ventre. A paciente foi representada por manequim com vulva adaptada pelos autores, e os residentes podiam interagir, sendo a voz representada por preceptora. Foi solicitado aos subgrupos que realizassem avaliação, fizessem prescrição de Enfermagem e realizassem procedimento adequado. Para o cenário masculino, paciente 62 anos, admitido da UPA com hipótese de Urosepse. Chegou hipotenso, sudorese, rebaixamento de consciência. Teve pressão arterial estabilizada, boa saturação em suporte de oxigênio. Necessitava monitorar débito urinário. Foi solicitado aos subgrupos que realizassem avaliação direcionada, raciocinassem sobre o tipo de cateterismo e realizassem cuidado necessário. A acompanhante foi representada por preceptora. No dia anterior os residentes receberam pré-briefing a respeito de cateterismo vesical de alívio e demora. Reflexão sobre a prática inovadora: Os simuladores que não possuem órgão genital simulado impedem que algumas práticas sejam abordadas para procedimentos como cateterismo. Neste caso, as preceptoras decidiram construí-los de forma artesanal, focando nos objetivos de aprendizagem propostos para os casos clínicos. Foram utilizados para construção das peças, massa de modelar de EVA, modelando genital masculino com acesso ao meato uretral por látex, mecanismo que tornou viável a inserção de sonda vesical de demora e enchimento de balão conforme técnica adequada. A vulva feminina, foi construída com mesmo material e posterior realização de “moulage” para acrescentar realismo. Os genitais confeccionados foram adaptados aos manequins. Na peça feminina foi acoplada frasco vazio de soro fisiológico de 100mL, aberto, orifício simulando uretra conectado via equipo em frasco de soro fisiológico de 500mL, com conteúdo colorido artificialmente, para que após a inserção da sonda de alívio na uretra, ocorresse a drenagem de urina. Conclusões e Recomendações: A proposta das preceptoras cumpriu com os objetivos da aula, e o relato dos alunos que participaram foi positivo. Os cenários foram compreendidos e um feedback imediato foi dado após realização da simulação, sendo feita avaliação somativa, tendo como critérios no check-list: acolhimento, comunicação, raciocínio clínico, execução do procedimento e orientações finais. Consideramos importante e exitosa a experiência da confecção dos simuladores e aplicação nos cenários elaborados, respeitando a suspensão da descrença.