PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA HANSENÍASE EM JABOATÃO DOS GUARARAPES: ANÁLISE DOS CASOS NOTIFICADOS ENTRE 2020 E 2023
DOI:
https://doi.org/10.31692/2764-3433.v4i3.263Keywords:
hanseniase, saúde pública, epidemiologia, estigmatizaçãoAbstract
A hanseníase, causada pelo Mycobacterium leprae, permanece um grave problema de saúde pública no Brasil, afetando populações vulneráveis e resultando em estigmatização e incapacidades físicas permanentes. Este estudo teve como objetivo analisar o perfil epidemiológico dos casos de hanseníase no município de Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco, no período de 2020 a 2023. Trata-se de um estudo transversal descritivo, baseado em dados do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN) e do Departamento de Informática do SUS (DataSUS). Foram avaliadas variáveis como faixa etária, gênero, raça/cor e nível de escolaridade. Os resultados revelaram que, entre 2020 e 2023, foram registrados 498 casos de hanseníase. Em 2020, notificaram-se 112 casos, e em 2023 houve um aumento para 133 casos, representando um acréscimo de 21 novos casos no período. No recorte por gênero, a análise de 2023 registrou 69 casos entre homens, valor próximo dos 67 casos registrados em 2021. Entre as mulheres, observou-se uma redução, com 64 casos em 2023, comparados aos 68 casos notificados em 2022. A análise etária revelou maior prevalência de casos na faixa de 40 a 59 anos, com 185 notificações, seguida pela faixa de 20 a 39 anos, com 125 casos, e pela de 60 a 69 anos, com 123 casos. A análise racial para o período de 2020 a 2023 identificou uma predominância de 206 casos entre indivíduos pardos, enquanto o total de casos notificados entre brancos e pretos somou 150. Além disso, 77 dos novos casos registrados entre 2022 e 2023 envolveram indivíduos com ensino médio completo, embora 191 notificações não tenham informado o nível de escolaridade, evidenciando a necessidade de estratégias educativas mais eficazes. Conclui-se que a falta de informação e o estigma social permanecem barreiras significativas para o diagnóstico precoce e a adesão ao tratamento, perpetuando o ciclo de transmissão e comprometendo a qualidade de vida dos afetados. Esses achados reforçam a importância de políticas públicas voltadas para a busca ativa de casos, a educação em saúde e a ampliação do acesso aos serviços de saúde, com ênfase em grupos mais vulneráveis.
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