DADOS DE PESQUISAS SOBRE OS DESAFIOS DA ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA E A POLÍTICA BILÍNGUE PARA SURDOS
DOI:
https://doi.org/10.31692/2764-3433.v1i1.61Palavras-chave:
Fonoaudiologia, Surdez, Bilinguismo, Libras, Língua Portuguesa.Resumo
O objetivo deste trabalho foi analisar a atuação da clínica fonoaudiológica e a política bilíngue para surdos, procurando identificar pesquisas realizadas no Brasil, nas duas últimas décadas. Desde os seus primórdios, a Fonoaudiologia esteve sempre envolvida com questões da surdez e considerando que estamos tratando desse tema nos interessa, em particular, trazer questões que foram sendo construídas ao longo dos anos. A Fonoaudiologia firmou-se dentro das ciências da saúde, da educação e de tantas outras pelo papel que pode desempenhar junto a elas. A base teórica contou com o apoio de Didier, Svartholm, Sanchez, Grosjean, Quadros e Karnopp, Guarinello, Massi, Tonochi, dentre outros, para compor o quadro através do qual apresentamos e discutimos o tema. A metodologia empregada foi a pesquisa qualitativa, bibliográfica, realizando a coleta de dados em bases como Capes, Scielo, sites de instituições governamentais e não governamentais, livros, dissertações, entre outros, empregando buscadores com a finalidade de realizar a seleção do material que serviu de principal fundamentação para a realização do trabalho. A análise dos dados foi inspirada na teoria da análise de conteúdo de Bardin. De acordo com a análise dos dados, observamos a predominância de pesquisas na área de Educação, Psicologia e Fonoaudiologia, sendo que, este último, em menor número, mostrando que os estudos nessa área, ainda são incipientes. Como resultados as experiências descritas pelos que trabalham com a filosofia bilíngue, mostraram que o fonoaudiólogo tem conseguido melhorar, a apropriação cultural, a compreensão do abstrato através da inteligência linguística experienciando a vivência com as duas línguas, Libras como L1 e língua Portuguesa como L2, caso as propostas sejam adequadas ao caso do surdo, para o qual planejamos a intervenção. As conclusões apontam que o trabalho do fonoaudiólogo na clínica ainda se mostra, preferencialmente, com a filosofia oralista, embora identifiquemos que, uma minoria desses profissionais, começa a empregar a filosofia bilíngue.
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