TABAGISMO E USO DE CIGARROS ELETRÔNICOS ENTRE MÉDICOS RESIDENTES: FREQUÊNCIA, CONHECIMENTO DOS RISCOS E CONDUTA PROFISSIONAL
DOI:
https://doi.org/10.31692/2764-3433.v3i2.174Palavras-chave:
cigarros eletrônicos, residência médica, tabagismoResumo
O tabagismo permanece como um relevante problema de saúde pública, levando a mortes e altos custos de saúde. Na última década, foi observado um aumento do consumo de formas alternativas de tabagismo, especialmente cigarros eletrônicos. Embora sejam falsamente percebidos como menos danosos à saúde pela população geral e até mesmo por profissionais de saúde, tais produtos podem determinar risco semelhante ou até maior que o do cigarro convencional, tendo sido descrita uma nova entidade clínica, conhecida como EVALI, que consiste em sintomas constitucionais, gastrointestinais e infiltrado pulmonar bilateral, e levou a hospitalização em 95% dos casos, ventilação mecânica em 26% dos casos e dois óbitos. Objetivo: Determinar a frequência de tabagismo e do uso de cigarros eletrônicos e analisar as atitudes para cessação do tabagismo entre médicos residentes. Metodologia: Foi realizado um estudo transversal incluindo 53 médicos residentes de especialidades clínicas do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco, usando um questionário eletrônico preparado pelos autores, baseado em instrumentos utilizados em estudos prévios, como a Global Health Professional Students Survey e a Global Adult Tobacco Survey. Foram avaliados hábitos sobre o uso de cigarros convencionais ou eletrônicos e conhecimentos e atitudes a respeito da cessação do tabagismo. Resultados: Do total de 92 residentes matriculados em programas de especialidades clínicas, 53 responderam ao questionário (57,6%). Na amostra avaliada, 13 (24,5%) participantes referiram já terem experimentado cigarros convencionais em algum momento da vida, dos quais 6 (11,3%) referiram uso atual; enquanto 17 residentes (32,1%) já experimentaram cigarros eletrônicos e 4 (7,5%) ainda usavam regularmente. Todos os fumantes atuais informaram também o uso prévio ou atual de cigarros eletrônicos. 45 residentes (84,9%) relataram não se sentirem adequadamente treinados no aconselhamento para cessação do tabagismo, embora 37 (69,8%) já tivessem prescrito alguma droga para tal. Embora a totalidade da amostra tenha considerado que todo profissional médico deve ter conhecimentos básicos sobre a cessação do tabagismo, 11 participantes (20,4%) relataram questionar com baixa frequência seus pacientes sobre o hábito de fumar e 25% nunca investigavam o uso de cigarros eletrônicos. Dez residentes (18,9%) informaram não ter conhecimento sobre EVALI. Conclusões: As taxas de tabagismo encontradas em médicos residentes ainda foram altas, reforçando a necessidade de intervenções educacionais nesta população. Intervenções são necessárias para melhorar o ensino sobre estratégias de cessação do tabagismo durante o curso de medicina e os programas de residência.
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