HUMANIZAÇÃO DO CUIDADO NO PRÉ-NATAL A PARTIR DAS NARRATIVAS DE USUÁRIAS E DE PROFISSIONAIS DO AMBULATÓRIO DE PRÉ-NATAL DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UFPE
DOI:
https://doi.org/10.31692/2764-3433.v3i2.136Palavras-chave:
humanização, mulheres, cuidado pré-natalResumo
A Política Nacional de Humanização (PNH), lançada em 2003, busca contribuir na materialização dos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) nas ações cotidianas dos serviços de saúde, intencionando produzir mudanças nos modos de gerir e de cuidar (Brasil, 2013). O Programa de Humanização do Parto Humanização no Pré-natal e Nascimento (2002), considera prioritário concentrar esforços em reduzir as altas taxas de morbimortalidade materna, peri e neonatal, a partir da adoção de medidas que assegurem a melhoria do acesso, da cobertura e da qualidade do acompanhamento pré-natal, da assistência ao parto, puerpério e neonatal. Logo, um acompanhamento adequado durante a gestação pode ser considerado ponto de partida para melhorar a Saúde Reprodutiva (Castro, 2003). Compete ao sistema de saúde possibilitar melhorias no acesso, na cobertura e na qualidade do acompanhamento pré-natal, do parto e puerpério. Os hospitais-escola, dada sua natureza pedagógica e formativa de profissionais de saúde, podem ser determinantes na promoção de uma assistência materno-infantil de qualidade, opostos a práticas que negligenciam as normas da humanização. Sob essa ótica, o presente trabalho buscou estudar a humanização do atendimento a mulheres no pré-natal em um hospital-escola, a partir das narrativas dos/das participantes diretas/os no cenário da prática assistencial: mulheres atendidas e profissionais da equipe multidisciplinar. Como procedimentos metodológicos foram definidos levantamento bibliográfico, levantamento documental e coleta de campo, com aplicação da técnica de grupos focais, com dois sujeitos respondentes: mulheres atendidas no Ambulatório de Pré-Natal e profissionais da equipe assistencial. Nos grupos focais, as experiências compartilhadas pelos dois grupos de respondentes, apontou vivências assistenciais humanizadas no pré-natal, o que, em nosso entendimento, não apenas melhora a experiência das mulheres, mas fortalece seu protagonismo no processo de gestação, contribui para sua autonomia e expressa respeito aos seus direitos. As profissionais destacaram a importância de que as pacientes tenham conhecimento sobre seus direitos, as opções de tratamento e procedimentos, a fim de fomentar escolhas informadas e participação ativa no processo de decisão. Para tanto, é fundamental a disseminação de informações sobre seus direitos como cidadãs e usuárias do SUS, o que inclui o acesso à saúde de qualidade, reafirmando-os e auxiliando-as para que possam exigi-los, desde o pré-natal até o pós-parto. Entende-se que as mulheres estarem cientes dos seus direitos demonstra intencionalidade na produção coletiva do saber no âmbito do pré-natal. Tal conhecimento favorece que as mulheres se sintam seguras para conduzir mais autonomamente o processo do parto - vontades e o controle do seu corpo - da forma que planejarem e desejarem, expressando-se ativamente. Nesse sentido, ressalta-se a relevância da Política Nacional de Humanização (PNH) e do Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento como marcos brasileiros para a promoção de boas práticas na assistência materno-infantil, incluindo inovações nos processos de gestão e cuidado. Discutir essa temática e o fortalecimento da humanização, torna-se fundamental como contributo à integralidade e ao alcance da almejada prática de saúde baseada na cidadania.
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